Estamos
condenados à estagnação. Proibidos de mudar de opinião, partido, crença ou
qualquer outra coisa que não sejam as roupas. Vemos campanhas midiáticas a
respeito da necessidade de tolerância religiosa, aos homossexuais, mas a
sociedade não aceita que você mude de ideia.
Myrian
Rios está experimentando isso na pele. Por um longo período ela viveu à custa
de sua imagem, fosse ela com roupa ou não, mas num dado momento, decidiu que
era hora de mudar. Mudou de roupa, cabelo, crença, jeito de falar e valores. Ah
sim, os valores! Antes ela não se importava com a exploração apelativa de sua
imagem, mas hoje seus valores são outros. Porém, a mídia não lhe permitiu a
mudança tão radical com tranquilidade! Logo choveram críticas e fotos de uma
Miriam antiga, com valores diferentes dos atuais. Condenaram-na! Dizem, com
seus julgamentos engessados, que ela não tem direito a opiniões tão contrárias
a seu passado.
Mas,
a Xuxa também não se arrependeu pelo passado “constrangedor”? Até onde me
lembro, constantemente aparecem notas em que ela está pleiteando na justiça o
direito de não ter imagens de seu filme “adulto” divulgadas. Mas, por que a mídia
não critica a loira como está criticando a deputada? Xuxa alega que seu
trabalho hoje não tem nada ver com seu passado, e tenta proteger seu público
infantil das escolhas feitas em seu início de carreira, enquanto Myrian Rios deve
sua mudança, à fé que professa. As pessoas tendem a julgar como “fanático”
aquele que é capaz de abrir mão do que era, para se tornar nova criatura.
Diante
de todo o estardalhaço gerado, chego à conclusão de que se você cometeu algum
erro ou tomou uma decisão da qual se arrependeu, esteja preparado para ser
julgado (e condenado) pelos que estão a sua volta. Ninguém pode dar um mau
passo e depois de arrependido, mudar severamente de conduta e opinião sem estar
preparado para ver seu passado estampado em redes sociais. As pessoas são
intolerantes por natureza, e em sua grande maioria, não acreditam ou aceitam
mudanças. Eu, porém, continuarei acreditando que a mudança é fundamental em
nosso processo de amadurecimento.
O
texto da lei proposto por ela, de acordo com o site G1, diz em sua redação que "serão desenvolvidas ações essenciais
que contribuam para uma convivência saudável entre pessoas, estabelecendo
relações de confiança e respeito mútuo, alicerçada em valores éticos, morais,
sociais, afetivos e espirituais, como instrumento capaz de prevenir e combater
diversas formas de violência". Se concordo com o que está sendo
proposto? Claro! Nossa sociedade está vivenciando seu momento de pior crise
moral. Meninas de doze anos embalam seus filhos, ao invés de bonecas, e este é
só um dos aspectos de uma sociedade de valores distorcidos. São tempos em que o
“ter” é mais valorizado que o “ser”, de nada importa ter um bom conteúdo se o
exterior não puder ser exibido orgulhosamente nas capas de uma revista semanal.
A lei e a deputada estão sendo duramente criticadas por ir contra a tudo que
hoje consideram “normal”.
Enfim,
a filosofia de caminhoneiro se mostra mais uma vez verdadeira, apesar de
clichê: “só o que está morto não muda”.
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O título faz referencia a música de João Alexandre, "É proibido pensar"
fantástico...na hora q li o titulo do post lembrei da musica do João Alexandre....bao citação Ana Santos.... muito bom adorei
ResponderExcluirAna,
ResponderExcluirÀs vezes um chavão pode abrir portas enormes... rs!
Que bom que você gostou (do clichê) da frase final do poema Mude.
Só o que está morto não muda.
Esse poema começa assim:
Mude, mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade.
Que, aliás, não é de Clarice Lispector, como muita gente erradamente supõe.
Se puder, veja o poema todo, assim como o vídeo e o livro Mude, publicado pela Pandabooks, com prefácio de Antonio Abujamra, e à venda nas maiores livrarias.
E o vídeo Mude pode ser visto aqui, no Comercial da Fiat:
http://www.youtube.com/watch?v=-IwFkGLRKps
Ou aqui:
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=KlP9XpjVsas
Devidamente registrado na Biblioteca Nacional do Ministério da Cultura – Registro 294507 – Livro 534 – Folha 167 – em 04/08/2003.
Até a Revista Veja publicou matéria a respeito: http://veja.abril.com.br/090703/p_103.html
Além disso, tal poema também já foi publicado por Pedro Bial na faixa 4 do CD Filtro Solar.
Detalhes em http://Mude.blogspot.com
/// Para o poeta, o importante é encantar o coração do leitor. Mesmo que este suponha ter sido encantado por Clarice Lispector...
/// Abraços,