quinta-feira, 28 de abril de 2011

Oração de uma mulher solteira





Parte das pessoas que conheço não entende esse meu jeito ... Tem gente que acha que eu falo sozinha, tem quem ache que nasci com menos parafusos do que deveria. São seis e meia da manhã e eu estou aqui no meu quarto, desabafando, e daí? Se eu não falar tudo o que está engasgado em minha garganta sinto que realmente irei enlouquecer, já basta que ontem desmaiei na cama de tanto cansaço, preciso desse "papo",ou vou sucumbir se passar por 1/3 do que passei ontem.Vamos deixar claro que esse monólogo tem sim a intenção de se tornar um diálogo, mas qual não tem? A gente sempre está em busca de respostas e eu, Isabela de Souza, mais conhecida como Bela, não sou diferente da regra. Fiquei repassando mentalmente o dia de ontem, tentando encontrar alguma “ponta solta” no meio dele, mas questão é que eu não consegui e contava com alguma ajuda, uma espécie de iluminação.
João Carlos, o Joca reapareceu. Pois é, ele é pior que Super Mario Brós: quando penso que superei a fase e salvei o jogo, me dou conta que vou ter que voltar lá no comecinho e salvar novamente a princesa. Eu sei que forcei a barra me comparando a princesa, ando parecendo mais para perereca do brejo, mas a questão é o Joca ... Ele me dispensou, seguiu com a vida dele e agora aparece todo lindo-cheiroso-e-sem-vergonha-na-cara, com aquele papinho de que "está com saudades". Ele tinha parado de me cercar, desencanado, pelo menos pensei que tinha, e hoje veio cheio de amor pra dar. Receber um pouco de amor não me faria mal, a pele anda sem viço mesmo, mas além de lindo o danado tinha que ser casado? Ah, qual é? Mamãe ensinou direitinho, marido de amiga minha, é colega que você mal dá bom dia. E daí que ela não é minha amiga? Ela deve ser amiga de alguém, né? O mais importante é que eu sou muito amiga da mulher que vejo no espelho, não dá para trair essa amizade indo pra cama com o gostosão do prédio ao lado. Por falar em prédio ao lado, que ideia foi essa da Dona Mirtes aumentar o preço do aluguel? Meu salário lá na agencia não aumentou, e essa velha encrenqueira tinha que aumentar o aluguel agora? Está cada dia mais caro viver nesta cidade e as moedas somem mais rápido que cachaça na mão de pinguço. Como eu queria encontrar um bilhete premiado da Mega-Sena... tem jeito? É loucura, eu sei, mas seria a loucura mais agradável dos últimos tempos. Ficaria livre da tortura de ter que dividir a condução com adolescentes cantando Restart e Fresno. Antes delas descerem do ônibus sempre penso se seria absolvida por legítima defesa, caso resolva atacá-las, porque afinal de contas, elas agridem meus ouvidos e meu bom gosto musical.
Deus, eu preciso de dinheiro, namorado, férias, boa depiladora, uma diarista que decida não torrar minha blusa-cara-parcelada-em-cinco-vezes no ferro, uma dose extra de paciência e um dia tranquilo, abençoado e sem tentações que eu não consiga resistir. Vou encerrar a ligação, digo, a oração, mas fique a vontade para me responder, estou sempre aqui pra lhe ouvir, obedecer e aceitar o que o Senhor julgar melhor pra mim. Câmbio e desligo!   
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Notas:Texto para a 8ª Edição do Projeto Creativite
Considero a oração um diálogo e não monólogo, mas na hora de escrever, me inspirei na pergunta de uma criança, o filho da Amanda:  "Mãe, Deus tem celular? Estou precisando falar um negócio com ele."  As vezes a gente cria milhares de regras pra falar com ELE, e esquece que oração tem que ser uma conversa com a leveza e sinceridade da fé de uma criança...






quinta-feira, 21 de abril de 2011

Sobre amor, ciúmes e violência.

Quando conheci a Érica nós duas estávamos noivas. Eu tinha 20 anos e estava de casamento marcado, ela tinha 28 e sem saber ao certo se iria subir ao altar ou não. Motivo? Ciúme exacerbado do rapaz. Aliás, bondade minha chamá-lo assim, pois ele era um brucutu. Se ela saísse da aula às 10:50h, 11h  já tinha que ter ligado avisando que saiu da aula e iria trabalhar. Se por acaso atrasasse 5 minutos, era motivo para uma ligação tensa e desagradável.
No início da semana fui garantir os últimos chocolates inteiros das lojas Americanas e nos encontramos sem querer. Ela se casou com o brucutu. Passou por momentos terríveis ao lado dele, entre cenas de ciúme na porta do trabalho e agressões físicas dentro de casa, foram 3 anos.  Daí eu me pergunto gente amiga deste blog: por que casou se sabia que o cara era possessivo? Ele não era apenas ciumento, ele queria ter domínio de tudo o que fazia parte da rotina dela. Imaginava casos, queria proibi-la de manter certas amizades (mesmo com mulheres), enlouquecia só de pensar nela num ônibus cheio, tendo “contato” com outros homens. Todo mundo avisava a tragédia que se desenhava, mas adiantou? Não, ela casou e disse que pensava ser possível mudá-lo depois do casamento (ah ta, domingo o coelhinho da Páscoa virá me trazer uma cesta de chocolates,  rs*) .
Sempre achei muito tênue a linha que separa a possessividade da violência. Crimes passionais são cometidos todos os dias por pessoas doentes de ciúme, possessivas. Talvez por ter crescido num ambiente familiar muito prejudicado pelo comportamento doentio do meu pai eu tenha verdadeiro pavor de pessoas possessivas. Sei que o possessivo é frio, cruel, não tem limites e é capaz de atrocidades em nome do que ele julga ser amor. Somente alguém possessivo, alguém que se ache dono do outro, é capaz de espancar a pessoa que diz amar.
Érica está separada a quase 1 ano e diz que tem medo de arrumar outra pessoa. Ela não me contou como conseguiu libertar-se dele, mas tenho certeza que ela se arrepende de não ter dado ouvido a tantas pessoas que lhe aconselharam antes do casamento. Não quero com isso dizer que todo ciumento é violento, não é isso, mas todo comportamento obsessivo, excessivo e que desconhece limites pode gerar grandes feridas, tanto no corpo quanto na alma. Algumas são tão graves que nem o tempo consegue curar, apenas ameniza as dores.
Conversei com uma amiga terapeuta familiar e ela me informou que na psicologia pessoas com comportamento possessivo são consideradas portadoras do ciúme patológico, e isso tem cura. (aliás, tanto a vítima quanto o portador da doença ‘ciúme’ precisam de tratamento, a cura chegará para os dois).
Enfim, ciúme, obsessão, possessividade tem tudo a ver com declaração de posse concedida pela prefeitura, IPTU e contas a pagar, não com um sentimento, ainda mais se estivermos falando de amor. “O amor não arde em ciúmes” (1ª Coríntios 13.4), ele liberta, confia, espera o melhor daquele a quem ama, até porque amar é bem diferente de possuir.
Beijos e bom feriadão a todos!

terça-feira, 19 de abril de 2011

Surpresa!

Quando a gente pensa que nossas palavras nem sempre são observadas, vem alguém e nos surpreende!
A Flávia me surpreendeu ao fazer um texto com base no meu comentário em seu site!

 

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Feliz aniversário, amor!




Já existiram tantos outros 15 de abril e hoje é só mais um para muitos. As pessoas seguem para o trabalho imaginando a hora de ir embora; vejo crianças a caminho da escola; grávidas escolhendo enxovais, nomes, cores... A rotina de ninguém foi alterada, todos nós acordamos com 24 horas que serão ou não bem aproveitadas. Mas esta sexta-feira de outono, ainda que para a maioria das pessoas seja apenas mais uma sexta como tantas outras, eu celebro a vida do meu grande amor.

Ele que sabe exatamente como dramas mexicanos são parte da minha personalidade, assim como comédia “pastelão”. Ele que sabia o quanto eu desejava um companheiro para partilhar minha vida, alegrias e tristezas, sonhos e pesadelos e encarou o desafio... Tanta coisa se passou desde aquela conversa na beira da praia... Passamos por provações que nos fortaleceram, nos tornaram verdadeiramente “um”. Sempre que estamos juntos, quando me faz rir, me beija, me chama de chata, de branquinha, que cuida de mim, eu tenho certeza que jamais irei ficar sozinha outra vez, porque não importa o que aconteça, estaremos sempre juntos, unidos, crescendo com as diferenças, colorindo a vida um do outro.

Agradeço a Deus pela oportunidade de ser verdadeiramente amada. Não agradeço ao Senhor por ter um marido, mas por ter o Robson como meu marido, um homem íntegro, verdadeiro, apaixonado, sincero, companheiro, engraçado, dedicado ...Por esses e por todos os motivos que jamais poderiam ser descritos com total fidelidade aqui, eu digo: obrigada Senhor, por me permitir passar mais um ano ao lado dele!

Pego emprestada a música que cantou pra mim (num jantar com mais de 300 pessoas), para marcar este dia mais do que especial:

“É inesquecível para mim
Esse teu sorriso tão bonito
Tua voz tão doce aos meus ouvidos
Eu desejo ter por toda vida
Quando estou contigo eu sou tão feliz
Todo esse carinho me faz bem
Vou agradecer eternamente a Deus
Por ter me dado você
Quero te ter sempre comigo
Compartilhar os meus segredos
Posso tentar o impossível
Só pra mostrar o que eu sinto...”

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Segundo tempo e os pés

Coisa estranha essa nossa relação com o tempo, né? A Rosinei vive dizendo que eu tenho a vida toda pela frente, milhões de possibilidades e o tempo a meu favor. Será mesmo? Ele nunca está a favor de ninguém. Por vezes me pego pensando que o tempo me sacaneou passando tão depressa. Em algumas situações isso foi bom, claro, mas quase sempre acho que ele foi desleal e jogou sujo. Veja só, estamos em abril de 2011 e ontem me vi fazendo contas para janeiro de 2012 (planejamento financeiro é tudo, já diria o Dr. Dinheiro). Estarei com 28 anos e retomando projetos iniciados 10 anos antes, segundo tempo de um sonho. Tarde? De maneira alguma, nada mais é do que mudança de perspectiva...
Perceber que o tempo passa depressa assim me faz entender o quanto caminhei até aqui e por falar em caminhar, foram meus pés que denunciaram a passagem do tempo. O relógio está passando e eles começaram a reclamar os maus tratos (saltos, saltos, e saltos... aiai). Tem mulher que fica neurótica quando encontra rugas, eu não. Elas aparecem quando estou sorrindo, então ... C’est la vie.  Quanto aos pés, ah! Eles ainda vão me levar a tantos lugares que acho melhor marcar um bom angiologista!

domingo, 10 de abril de 2011

Chá e alguma prosa

Estou experimentando todos os tipos de chá possíveis contra gripe e aproveitando pra '"prosear" um cadinho. Mal consigo ficar por aqui (meu computador fica tão longe do quarto....), aposto que minha cama tem imã...rs*.
Assim que melhorar, passo por aqui!
Boa semana para todos!!

domingo, 3 de abril de 2011

Sobre fogos de artifícios, jeans 42 e (falta de) educação

Firework

Katy Perry, conhece? Eu acabei de ser apresentada. Tenho o hábito de trocar de canal durante os comerciais, com isso passei pelo Multishow e vi um clipe em que fogos de artifício saiam das pessoas. A cena que estava passando na hora que parei no canal, é por volta dos 2:35 (fui procurar na internet e descobri que a música se chama ‘Firework’), onde uma gordinha cria coragem de tirar a roupa e se joga na piscina. Logo depois do mergulho, ela surge radiante, soltando fogos de artifício, sem se importar com os olhares de quem também está ali. Poético, né? Pois é, eu que não conhecia Katy Perry fui apresentada a ela numa semana em que eu poderia dizer com todas as letras: a maior parte das pessoas não está nem aí se você é gente boa, do bem, segura com sua imagem, cheia de qualidades ou não, elas estão interessadas no manequim que você veste.
Tive o desprazer de encontrar com uma antiga conhecida essa semana. Depois de quase 6 anos sem nos vermos, o “bom dia” da mal educada foi: “nossa, como você está gorda! Você era tão bonita e olha no que você se transformou!” (Sim, ela usou estas palavras.) Naquele momento me vi arrastando o rosto dela em uma parede chapiscada, mas fui impelida pelo sentimento nobre de ensiná-la boas maneiras. Expliquei com toda a calma do mundo que ela havia sido grosseira, mal educada, deselegante, inconveniente e que eu tenho espelho em casa, não preciso de ninguém dizendo como estou, acrescentei que intimidade nenhuma na face da terra dá o direito de alguém ser cruel com o outro e pedi licença, pois iria ouvir rádio no celular.
Pois é Katy querida, as pessoas não estão nem aí se você recebeu um e-mail carinhoso de uma escritora que admira – a Magali Moraes (morri!), se a Flávia Mariano se acabou de rir com algo que você comentou no blog dela e provocou seu retorno ao Twitter Word, se a Flávia Shiroma, lá no Japão, é tão carinhosa que você acredita que a distancia nem é tão grande assim, ou se a Lília Paz além de cantar maravilhosamente bem, ainda é excelente com as tesouras e animando o seu dia. As pessoas querem que você vista 38, use salto agulha, (mesmo que não tenha equilíbrio pra isso) e pareça recém saída de um SPA.  Estão interessadas na capa, e capa, qualquer um pode ser, basta ter um bom kit de maquiagem, fazer cara de paisagem e não se preocupar em ter conteúdo. Capa que é capa, não tem conteúdo, só chama atenção e pronto, o que está por dentro pouco importa. Elas se preocupam com os livros bonitos na estante, mas esquecem que bonitos mesmo, são os livros que estão dentro da gente. Amanda, que trabalha comigo, ao saber do episódio disse que até para dar ‘um fora’ em alguém eu sou gentil. Não é gentileza, é educação, coisa que às 5 :41h faltou naquela mulher. Na verdade, acho que falta sempre, do contrário saberia o valor precioso do silencio. É claro que me importo com a minha imagem, sou vaidosa, estou sempre com os cabelos limpos, arrumados, maquiada, uso plataforma e perfume. Gostaria muito de vestir outra vez o jeans 42 da semana do casamento, mas se ele não me cabe mais, outras coisas vieram junto com o novo armário, como por exemplo, a consciência de que sou bonita sim, mesmo que não seja padrão de beleza O Boticário; e de que as pessoas que estão em minha vida, aquelas que criaram vínculos verdadeiros, sabem quem sou, que apesar de ter mais tecido adiposo do que gostaria, eu tenho carinho verdadeiro, amizade sem reservas e amor pra compartilhar. Essa balança sempre foi mais importante do que a da farmácia.
Eu posso emagrecer, acredito até que muito em breve conseguirei postar uma foto aqui com meu novo visual, mas doçura, gentileza, cordialidade, educação e simpatia, não sei se ‘aquelazinha’ vai conseguir mostrar algum dia.

Sobre influência e relevância

Ao som de King of my heart , Bethel Music. Quando me propus a trabalhar novamente com comunicação sabia que estava retornando para uma área ...