"Eu sou essa
gente que se dói inteira porque não vive só na superfície das
coisas." Marla de Queiroz
Ao som de Linger, The Cramberries
Semana passada experimentei as diversas faces da
decepção e (re)conheci as dores que ela causa. Não estou falando de
decepção amorosa, nem sempre os coraçõezinhos saem voando pelo
monitor. Falo daquela decepção das brabas, do tipo que você ouve barulho de
vidro quebrando e sabe que é a imagem que tinha da pessoa partindo em caquinhos.
Decepção do tipo que desestrutura sua próxima ação, pois até ali você tinha
certeza de que teria alguém COM e não CONTRA você.
Me recuso a acreditar que no
mundo vai vencer sempre quem é o mais esperto, aquele
que usa como regra a lei da vantagem (ou ‘farinha pouca meu pirão primeiro’).
Mas eu sei por que estou sentindo tanto esse tombo: confiei demais em quem não
deveria. Mesmo sabendo que eu devo depositar TODAS, T-O-D-A-S, as
minhas expectativas no Senhor, e não nos homens, eu confiei.
Eu falho muito, erro em questões bobas,
constantemente eu peço desculpas por algo que falei, deixei de fazer ou fui
além do que deveria; sei que decepciono aqueles que estão a minha volta, mas
quando tomo consciência disso, reconheço a falha e procuro amenizar o estrago.
E quando a pessoa que te magoou finge que se importa e a verdade não é bem
essa? Peço desculpas aos meus queridos leitores se pareço deprê, mas eu não
consigo escrever algo diferente do que estou sentindo de forma tão latente.
Estou com raiva de ter errado em uma coisa tão simplória, ainda mais quando
meus instintos estavam gritando: “Não é esse o
caminho, Ana Santos. Você vai se estrepar lá na frente, esta amizade não é tão
verdadeira quanto você pensa...” É, meus instintos (tem outro nome?)
estavam tentando me mostrar a verdade desde a semana do Natal, mas quem disse
que eu dei ouvidos? Outro dia li por aí sobre alguém que resolveu não se iludir
mais com os cacos de vidro que encontrou pelo caminho pensando ter diamantes
nas mãos. Eu pensei ter encontrado um diamante: eterno, valioso, e melhor amigo
da mulher, mas na verdade tinha encontrado só mais um caco de vidro.