domingo, 8 de setembro de 2013

Sobre o tempo e as decepções


 "...Tem dias que não estamos pra samba, pra rock, pra hip-hop, e nem pra isso devemos buscar pílulas mágicas para camuflar nossa introspecção, nem aceitar convites para festas em que nada temos para brindar. Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de força e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, a gente sempre volta, anunciando o fim de mais uma dor – até que venha a próxima, normais que somos." A.D.


Leia ao som de Alicia Keys 


Se a experiência me ensinou algo é que algumas dores são tão profundas e avassaladoras quanto as de um coração partido, e nem sempre o tempo é o remédio necessário para curá-las. A dor que estou convivendo há algumas semanas envolve uma decepção muito particular, tão presa em meus dedos que quase sangram. Esta dor se misturou com aromas e sons. Estar novamente no lugar que por tantos anos fez parte da minha vida despertou mais do que lembranças, me fez lembrar quem fui e quem sempre desejei ser. Tudo está tão diferente... Colecionei erros, segredos e encontrei o pretexto ideal para jamais retornar. Mas não tive opção e agora encontro rostos desconhecidos, corredores em que me perco e a sensação de que não pertenço aquele lugar. Será que algum dia pertenci? Minha história estava impregnada em paredes que foram demolidas. Muros foram construídos onde acreditei que meus sonhos poderiam ser realizados. Por ironia da vida, estou diante de tudo aquilo que sempre desejei, e sequer posso tocar. Estou diante da Ana que eu poderia ter sido e por escolhas, acertadas ou não, jamais serei. Sinto saudade de quando eu ainda acreditava que era possível ser melhor.



3 comentários:

  1. Como me identifico com e nas suas palavras! Um texto profundo e belíssimo! Bjs

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  2. Você é demais!me identifiquei muito nesse momento!

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    1. E pensar que eu falava de um tempo em que nós partilhávamos sonhos... falava sobre um tempo em que, por mais que a idade dissesse o contrário, ainda havia inocência na gente!

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