"...Tem dias que não estamos pra samba, pra rock, pra hip-hop, e nem pra isso devemos buscar pílulas mágicas para camuflar nossa introspecção, nem aceitar convites para festas em que nada temos para brindar. Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de força e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, a gente sempre volta, anunciando o fim de mais uma dor – até que venha a próxima, normais que somos." A.D.
Leia ao som de Alicia Keys
Se a experiência me ensinou algo
é que algumas dores são tão profundas e avassaladoras quanto as de um coração partido, e nem sempre o tempo é o remédio necessário para curá-las. A
dor que estou convivendo há algumas semanas envolve uma decepção muito
particular, tão presa em meus dedos que quase sangram. Esta dor se misturou com
aromas e sons. Estar novamente no lugar que por tantos anos fez parte
da minha vida despertou mais do que lembranças, me fez lembrar quem fui e quem
sempre desejei ser. Tudo está tão diferente... Colecionei erros, segredos e encontrei
o pretexto ideal para jamais retornar. Mas não tive opção e agora encontro rostos
desconhecidos, corredores em que me perco e a sensação de que não pertenço
aquele lugar. Será que algum dia pertenci? Minha história estava impregnada em
paredes que foram demolidas. Muros foram construídos onde acreditei que meus
sonhos poderiam ser realizados. Por ironia da vida, estou diante de tudo aquilo
que sempre desejei, e sequer posso tocar. Estou diante da Ana que eu poderia
ter sido e por escolhas, acertadas ou não, jamais serei. Sinto saudade de quando
eu ainda acreditava que era possível ser melhor.
Como me identifico com e nas suas palavras! Um texto profundo e belíssimo! Bjs
ResponderExcluirVocê é demais!me identifiquei muito nesse momento!
ResponderExcluirE pensar que eu falava de um tempo em que nós partilhávamos sonhos... falava sobre um tempo em que, por mais que a idade dissesse o contrário, ainda havia inocência na gente!
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