quinta-feira, 21 de abril de 2011

Sobre amor, ciúmes e violência.

Quando conheci a Érica nós duas estávamos noivas. Eu tinha 20 anos e estava de casamento marcado, ela tinha 28 e sem saber ao certo se iria subir ao altar ou não. Motivo? Ciúme exacerbado do rapaz. Aliás, bondade minha chamá-lo assim, pois ele era um brucutu. Se ela saísse da aula às 10:50h, 11h  já tinha que ter ligado avisando que saiu da aula e iria trabalhar. Se por acaso atrasasse 5 minutos, era motivo para uma ligação tensa e desagradável.
No início da semana fui garantir os últimos chocolates inteiros das lojas Americanas e nos encontramos sem querer. Ela se casou com o brucutu. Passou por momentos terríveis ao lado dele, entre cenas de ciúme na porta do trabalho e agressões físicas dentro de casa, foram 3 anos.  Daí eu me pergunto gente amiga deste blog: por que casou se sabia que o cara era possessivo? Ele não era apenas ciumento, ele queria ter domínio de tudo o que fazia parte da rotina dela. Imaginava casos, queria proibi-la de manter certas amizades (mesmo com mulheres), enlouquecia só de pensar nela num ônibus cheio, tendo “contato” com outros homens. Todo mundo avisava a tragédia que se desenhava, mas adiantou? Não, ela casou e disse que pensava ser possível mudá-lo depois do casamento (ah ta, domingo o coelhinho da Páscoa virá me trazer uma cesta de chocolates,  rs*) .
Sempre achei muito tênue a linha que separa a possessividade da violência. Crimes passionais são cometidos todos os dias por pessoas doentes de ciúme, possessivas. Talvez por ter crescido num ambiente familiar muito prejudicado pelo comportamento doentio do meu pai eu tenha verdadeiro pavor de pessoas possessivas. Sei que o possessivo é frio, cruel, não tem limites e é capaz de atrocidades em nome do que ele julga ser amor. Somente alguém possessivo, alguém que se ache dono do outro, é capaz de espancar a pessoa que diz amar.
Érica está separada a quase 1 ano e diz que tem medo de arrumar outra pessoa. Ela não me contou como conseguiu libertar-se dele, mas tenho certeza que ela se arrepende de não ter dado ouvido a tantas pessoas que lhe aconselharam antes do casamento. Não quero com isso dizer que todo ciumento é violento, não é isso, mas todo comportamento obsessivo, excessivo e que desconhece limites pode gerar grandes feridas, tanto no corpo quanto na alma. Algumas são tão graves que nem o tempo consegue curar, apenas ameniza as dores.
Conversei com uma amiga terapeuta familiar e ela me informou que na psicologia pessoas com comportamento possessivo são consideradas portadoras do ciúme patológico, e isso tem cura. (aliás, tanto a vítima quanto o portador da doença ‘ciúme’ precisam de tratamento, a cura chegará para os dois).
Enfim, ciúme, obsessão, possessividade tem tudo a ver com declaração de posse concedida pela prefeitura, IPTU e contas a pagar, não com um sentimento, ainda mais se estivermos falando de amor. “O amor não arde em ciúmes” (1ª Coríntios 13.4), ele liberta, confia, espera o melhor daquele a quem ama, até porque amar é bem diferente de possuir.
Beijos e bom feriadão a todos!

4 comentários:

  1. Triste história, já podia ser prevista.Mas ainda bem que ela se livrou dele! beijos,Feliz Páscoa!chica

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  2. Oi, Ana! Sabia que amo te ler? Amo mesmo! Rss...
    Obrigada por me enviar as atualizações!
    Grande beijo e fique com Deus amiga!
    Paz!
    Feliz Páscoa com JESUS ressurreto no coração.
    Pastora Wal

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  3. Oi, Ana! Estava eu quase dormindo no escritório, qdo me bateu a lembrança do seu blog. Imediatamente fui procurá-lo e me vi viajando nas suas palavras.Que coisas boas que escreve,heim! Fico feliz e ao mesmo tempo lisonjeada por te-la como minha AMIGA ESTÚPIDA FAVORITA. TE AMODORO MUITOOOOOOOOOOOOOOO. SAUDADES DE TI. BJS NO CORAÇÃO.

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  4. Oi Ana!Muito bom esse seu texto sbre ciúme possessivo.Pena sua amiga ter se machucado tanto.O amor pode ter um certo cíume como tempero,mas tm que ser mínimo,não exagerado.
    Tb tenho um blog chmado Delírio Suburbano.Lá há crônicas,poemas livres,cuktura pop e outras coisinhas.Se puder,dê uma espiada.Abração é força sempre amiga blogueira.

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