Ao som de Dias melhores
É em setembro que nos damos conta de que o ano está
próximo do fim; é quando percebemos que não tivemos um inverno decente no Rio
de Janeiro e novamente a primavera chega com seu calor implacável, anunciando
que o verão será causticante. A minha relação com setembro nunca foi simples. É
neste intervalo de dias que a dores que nunca sucumbem, costumam se mostrar
mais, assim como as saudades jamais curadas. Foi num setembro que vi o céu se
pintar de laranja e o sol se despedir com espetáculos únicos, dia após dia.
Trinta noites de Vivaldi, janelas abertas e sentimentalidades. Foi em setembro
minha maior queda de P.A e também quando enfim aceitei que todos nós ficamos
velhos e desistimos de nós, dos outros, dos sonhos.... Este setembro não tem
sido diferente de tantos outros e já mostrou suas garras, provocando dores
jamais imaginadas. Mas sabe, eu não vou
desistir de ver a beleza dos Ipês ou buscar a tranquilidade do que é ordinário,
só porque setembro mostrou, mais uma vez, o quanto a vida bate pesado. Ainda
que essa mesma vida me faça aprender na marra, eu não vou me entregar. Outros
setembros virão e eu não deposito sobre eles qualquer expectativa. Serão apenas
trinta dias entre agosto e outubro.
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