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Mostrando postagens de setembro, 2016

Recomeçar | Esperança

  Talvez eu tenha muito a dizer, mas o medo me permite apenas observar a tempestade que se anuncia. Não há nada inédito ou extraordinário no que está acontecendo. São apenas pés errantes dançando, perdendo o equilíbrio entre músicas, sonhos e saudades.   Ao som de Djavan, Se acontecer Inês havia se acostumado ao peso das angústias e frustrações. Já não sorria mais com a alma, nem dançava quando sua canção favorita tocava. Perdeu a vontade de mostrar sua voz. Não havia mais melodia em sua fala. Estava esquecida entre o som do despertador e o boa noite do noticiário. Não escrevia cartas, nem cuidava de suas magnólias. Sua cor de fogo, que antes incendiava todos a sua volta, estava repleta de cinzas que traduziam a alma de Inês . Ela, que sempre fora uma mulher tão repleta de sons, sorrisos e amor, havia se tornado alguém habitado por saudades e incertezas. Quando Henrique chegou ela não sorriu. Não mergulhou no verde de seus olhos buscando novamente ter e...

Vida breve

        Ao som de  Like Im Gonna Lose You, Megan Trainor ft Jonh Legend Domingos Montagner morreu no auge de sua carreira, foi o que disseram. Excelente artista circense, morreu com 54 anos, li em algum lugar. Muito foi dito sobre o artista, sobre os projetos para o cinema, tevê e tudo mais que o ligasse as artes. Ninguém falou sobre os planos que ele fazia em família. Sobre os sonhos que tinha quando a câmera estava desligada, quando o currículo não o definia. Ninguém falou sobre o que fazia o filho mais velho sorrir, qual a primeira palavra que o mais novo dizia quando ele chegava em casa. A gente ouve tanto sobre o que ter, como ser, quem agradar, mas em qual momento essas coisas passam a ser o Norte que devemos perseguir? Somos mais que o número de CPF, somos as histórias que nos fazem rir e as lágrimas que rolam vez ou outra. Somos as risadas à mesa e os hiatos não vividos . ‘A vida é um sopro, e daqui a pouco já se foi. Não há ...

Setembro e sentimentalidades

Ao som de  Dias melhores É em setembro que nos damos conta de que o ano está próximo do fim; é quando percebemos que não tivemos um inverno decente no Rio de Janeiro e novamente a primavera chega com seu calor implacável, anunciando que o verão será causticante. A minha relação com setembro nunca foi simples. É neste intervalo de dias que a dores que nunca sucumbem, costumam se mostrar mais, assim como as saudades jamais curadas. Foi num setembro que vi o céu se pintar de laranja e o sol se despedir com espetáculos únicos, dia após dia. Trinta noites de Vivaldi, janelas abertas e sentimentalidades. Foi em setembro minha maior queda de P.A e também quando enfim aceitei que todos nós ficamos velhos e desistimos de nós, dos outros, dos sonhos.... Este setembro não tem sido diferente de tantos outros e já mostrou suas garras, provocando dores jamais imaginadas. Mas sabe, eu não vou desistir de ver a beleza dos Ipês ou buscar a tranquilidade do que é ordinário, só porque s...