quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Vida breve, vida rara



Ontem, pouco antes das 6h um homem morreu. Não o conhecia, mas acompanhei a descoberta de sua morte. Parou o carro no sinal (semáforo/farol) e sua vida não seguiu mais. Percebendo o que havia
acontecido, um pequeno grupo pediu ajuda da Polícia. Abriram o carro e constataram a morte daquele homem. O fato despertou a atenção daqueles que viajam comigo no ônibus, principalmente, porque a única certeza que temos é da limitação e brevidade de nossos dias. Não há beleza ou relevância ao adiar o amor, uma declaração ou reconciliação. Não existe justificativa em deixar para depois um gesto de bondade ou para encarar o que nos atemoriza. Adiar os melhores dias de nossas vidas porque não temos tempo, é desperdício. Os melhores dias são todos os dias. Inclusive aqueles mais difíceis. Um mergulho no mar, caminhar de mãos dadas, rir até a barriga doer, sentir o cheiro da chuva molhando a terra, observar o sorriso de uma criança, dançar na chuva ou tomar sorvete de creme. Falar com aquela pessoa querida que está distante, seja por telefone, e-mail, carta ou batendo em sua porta. Desejar bom dia, boa noite ou apenas sorrir com os olhos. Escolher o lado bom da vida e esgotá-lo sem medo. Largar a correria falando sozinha e entender que falta de tempo é só uma desculpa que inventamos e aceitamos. Falta de atenção é energia desperdiçada em um dia/semana/mês/ano/vida que acabou. É cedo para planejar previdência privada, mas tarde demais para deixar de sorrir, de abrir os braços ao vento. É tarde demais para não viver plenamente, porque certo, concreto e breve é a morte. 




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