quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Da saudade retumbante

“A memória tem seus caprichos. Um deles é trazer o passado de volta aos pedaços, como fotos recortadas que mostram só o que se quer guardar. Outro é se confundir com o sonho, inventando coisas que fazem a gente sentir saudade do que não aconteceu.” Silvana Tavano em Jogos da memória

Precisava de muita coragem para admitir que ainda sentia saudades. Mais do que coragem, precisou de honestidade, porque mentir para si mesma já não dava mais. Amor e rancor estiveram ladeados pela saudade imensa do que não foi vivido. Saudade retumbante, estridente que grita às 2h da manhã e também às 19:55h, porque ela ignora os ponteiros na parede e não escolhe hora para incomodar. Encontrei num papel em cima do criado-mudo, duas palavras em vermelho que demonstram toda aflição de quem desistiu de tentar esquecer: lobotomia afetiva.
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Microtexto escrito tempos atrás e hoje limpando os rascunhos não tive coragem de deletá-lo -também não consegui acrescentar uma palavra sequer. Achei que combina com a canção da "Banda mais bonita da cidade", que embalou minha última sexta-feira com muita doçura!

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