Semana de dores. Dores que atingiram a muitos e
tantos se compadeceram. Dores que chegaram numa quarta-feira chuvosa com a
notícia de um tumor maligno em alguém que se ama. Dores de saber que uma amiga
tão querida perdeu tudo o que tinha, inclusive a fé. Talvez por tantas dores,
tantos pesares, eu esteja tão sensível a felicidade do cotidiano. A
felicidade do que é simples, possível e óbvio.
Felicidade que encontro ao me sentar ao lado do
motorista no ônibus e conversar sobre meu gosto (duvidoso?) em cantarolar
“Sandra Rosa Madalena”, ou mesmo em falarmos dos carros de homens e os das mulheres,
e como nós, mulheres, fazemos besteira no transito e ainda achamos graça.
Felicidade de chegar em casa 40 minutos antes do
habitual e encontrar as luzes acesas, gente no sofá, barulho de panela de pressão
e cheirinho de comida da mãe. A felicidade de encontrá-la sorrindo e poder
abraçá-la não tem comparação. É amor demais. É amor de mãe. É amor de filha. É
amor de filha que sabe que é bom ter mãe, e mãe por perto, em segurança.
Felicidade em sentir saudades. Putz, mas sentir
saudades dói feito prender o dedo na porta do carro (Martha Medeiros me contou
que dói assim...rs*), mas se eu pensar bem, só sinto saudades porque eu
amo, e melhor, porque tenho uma história pra contar com esse amor.
Descobri que esse amor (entre eu e minha irmã), vai muito além de sangue. Ela
sabe exatamente como eu sou e ainda assim me ama. Eu sei tudo a respeito dela e
ainda assim a amo. É por isso que faz tanta falta tê-la por perto. Mas se eu
sinto falta, é porque ela é importante, do contrário, mesmo que estivesse aqui,
não valorizaria a sua presença.
Felicidade de receber uma mensagem no celular
dizendo que gostaria de ficar abraçadinho comigo neste frio... Mulher é mesmo
bicho bobo! E como eu sou boba... Me derreto e suspiro com mensagens desse
tipo... (Essa minha alma romântica e
apaixonada tem falado bastante alto ultimamente.)
Felicidade de gostar do que faço. "O segredo
não é fazer o que gosta, e sim gostar do que se faz." É não praguejar por
ter que acordar às 5h, encarar trânsito ruim todos os dias. Sabe aquele
comercial “existem coisa que o dinheiro não compra”? Aqui eu posso adaptá-lo e
dizer: tem coisas que o dinheiro não paga, e a minha satisfação em gostar do
que faço é uma destas. Já estive bastante tempo na situação contrária, e só
serviu para eu valorizar (e aproveitar) cada minuto que é estar onde estou.
Felicidade de me sentar para escrever e poder ouvir
músicas da Billie Holiday na voz de Etta James e me sentir flutuando...
Mesmo com o barulho som do funk invadindo as janelas do meu quarto
sem respeitar meu bom gosto, eu me pego imaginando cenas de filmes em preto e
branco, salas com pianos e divas do jazz cantando para os amantes. (e a alma
romântica gritando novamente...)
Felicidade de ter amigas que apesar da distância,
se preocupam e mandam SMS, e-mails, ligam cada vez que aparece uma notícia
sobre Niterói ou São Gonçalo na TV. Isso só demonstra que não existe limite
para o carinho, para a consideração, a amizade. De virtuais, distantes, essas
amigas não têm nada, pois são reais em minha vida!
Felicidade de ter uma amiga que já viu o mesmo céu
estrelado que eu no pátio de uma escola em MG (e se apaixonou por estas
estrelas, como eu) que me ensina tantas coisas sobre tudo (e sobre o que ser
quando crescer),e entra em minha sala e deixa "um chocolate para adoçar a
tarde".
Conseguir surpreender e agradar alguém com um gesto
simples. Uma conversa no final do dia, um bombom, uma mensagem de ânimo. Ser
capaz de influenciar no bem estar de alguém é bom... Assim como brincar de
“qual é a música” ao lembrar situações, pessoas, risadas, isso me faz feliz!
(Tati, Elaine, nossa brincadeira me diverte! Significa que temos memória,
lembranças, recordações e muito bom humor!)
Faço graça, tropeço no meio do setor de
Publicações, suspiro mais alto, balanço a cabeça, faço coro com as meninas no “uuuiiiiii”, bagunço o cabelo de quem senta
em minha frente no ônibus, invento bordões próprios (estou sofrendo de insônia
no ônibus), teorias sobre tudo e ainda tenho a felicidade de ouvir “senti sua
falta”, “você me diverte”, “você é uma figura”, ”eu amo essa menina”, “daqui a
pouco ela vai surtar e gritar - Avatar”, “Ana, você não existe”, “Aninha, me
faz um favor?”, “A Ana? Ana é terrível! Descobre tudo. Quase uma CSI” ...
Frases vindas de pessoas que se tornaram especiais, e que de uma maneira única,
contribuem para que os meus dias sejam mais leves, mais divertidos.
E é assim que eu vejo e vivo a simplicidade dos
dias, da vida. Porque eu já descobri que a vida não é o que irei fazer “depois
que...”, a vida é o agora, o enquanto, o simples, o cotidiano, o óbvio...
A vida é o já. E se a vida é tudo e isso (e muito mais), a felicidade também
tem quer!
Bom fim de semana!!
Aninha,
ResponderExcluirLisonjeada estou pela lembrança.
Você é benção pra mim!
Você realmente me diverte!
Parece uma CSI!
E eu gosto mesmo de levar chocolates pra vocês.
rsrs!
Beijos