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Mostrando postagens de fevereiro, 2012

Sobre ser o motivo do texto e da canção de alguém...

 Ao som de Love me tender, Norah Jones Depois de reler o texto Estratigrafia ,    escrito por um amigo que estava inspirado por conversas com seu passado, fiquei pensando, analisando histórias e históricos, e sejamos francos: você se tornou o tipo de pessoa inesquecível ou que é facilmente apagada da memória, assim como viramos a primeira página no calendário? Pergunto isso porque eu nunca fui o tipo de pessoa por quem alguém deixa de fumar, para de beber, briga com a família, dirige quilômetros e mais quilômetros só para ficar um tempinho juntos. Nunca fui o motivo do texto ou da canção de alguém. Sempre fui a amiga, conselheira, aquela a quem o ombro nunca faltou. Com toda intensidade que me é peculiar, vivi momentos em que deixaria tudo por aquela pessoa, mesmo que fosse para viver o tempo que durou. Sempre tive a coragem (ou loucura) necessária para viver mais do que o que estava nas linhas dos escritos comuns. Escrever me permite mostr...

Estratigrafia

“Saudades do que nunca fui, saudades do que nunca vivi. De estradas em que nunca caminhei. Mas sonhei, mesmo dormindo acordado, sonhei. Ainda não encontrei, talvez me encontre, talvez não. Não sei o que seria pior, encontrar e não ser o que esperava ou nunca encontrar. Se um dia nos encontrarmos e nossas mãos se entrelaçarem talvez o encanto acabe, talvez não. Seria melhor viver apenas o desejo, buscar sem nunca achar. Guardar na lembrança o sorriso,o balanço do corpo na estrada empoeirada. Meus olhos ainda te vêem, até o fim da estrada, virando lá na curva, depois da igrejinha velha. Ah lembranças, as vezes como queria apagá-la, como se fosse um quadro de escola. As vezes acordamos com espírito arqueológico! Cavamos fundo em busca de não sei o que. E pior é que achamos. Encontramos nossos dinossauros, nosso "homem de Neandertal". Analisamos, consideramos e criamos toda sorte de hipótese para explicar o que nunca conseguimos entender. Queremos achar os culpados, teorias n...

Sem clichês para contar uma história

Leia ao som de Ain’t Sunshine Selah Sue feat Ronny Mosuse. João, Estava ouvindo aquele CD que lhe falei outro dia, lembra? Como aquela mulher canta bem...  C omo suas músicas me transportam para um lugar que só nós dois sabemos o que significa ... Mas não foi por isso que resolvi lhe enviar esse e-mail. Me dei conta do absurdo que vivemos - novecentas e setenta e três e mais essa. Será esse o número de vezes que nos mandamos embora de nossas vidas? Já perdi o número (e a voz) tentando contar quantas vezes fechei a porta, para logo depois te chamar de volta. É essa minha estranha capacidade de querer viver mais do que a vida me permite que me cansa, assim como me esforçar para tentar entender o que está subentendido. Esse dramalhão mixuruca e desnecessário, quando você diz que tem medo de me machucar. Todo mundo se machuca, baby, e nessa história eu já chorei bem mais do que você sabe. Antes a desculpa era a paixão, mas agora a gente já sabe que exist...

Um milhão de memórias

“Sou um animal sentimental Me apego facilmente ao que desperta meu desejo” Renato Russo Ontem pela manhã fui procurar anotações de uma palestra sobre Direito Penal para mostrar a um amigo. As anotações são de dezembro de 2005, eu sabia da existência delas, mas precisaria de um GPS para encontrá-las. Como era de se esperar, não encontrei, mas achei o passaporte para uma época que me marcou muito - o bilhete de novembro de 2003, escrito por uma amiga que me ensinou muito sobre a vida. Fiquei ali, parada, quase sem respirar. Por alguns minutos eu apenas viajei no tempo e relembrei as manhãs com muito café, sono e algum conhecimento jurídico. Das aulas em círculo com a professora de sociologia, da argentina que era tão viciada em cafeína quanto nós, dos trabalhos com “estrutura” e a teoria Big Mac. Um milhão de memórias depois, a saudade me invadiu e deu vontade de pegar o telefone e saber o que a vida fez de cada um. Caminhos que se cruzaram, pessoas que partilharam mais do que hor...