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Mostrando postagens de julho, 2013

Quando a gente cansa...

Dia do escritor

25 de julho, dia do escritor. Dia daquele a quem as palavras encantam mais do que qualquer coisa, daquele a quem os livros apaixonam e não traem. Dia de todo aquele a quem o papel fascina e liberta, seja em prosa, verso ou haiku. Seja para alimentar a alma de quem procura palavras que descrevam suas alegrias, angústias e ansiedades, ou simplesmente para aliviar a sua. Hoje é dia de quem encontra nas palavras a cumplicidade eterna, o aliado fiel para sua caminhada. Por isso, hoje é meu dia, e eu o comemorarei ao lado das palavras que tanto amo e me constroem diariamente.

Um de Antônio Prata

Recordação 'Não faz sentido, pra que que a pessoa quer gravar as coisas que não são da vida dela e as coisas que são, não?' "Hoje a gente ia fazer 25 anos de casado", ele disse, me olhando pelo retrovisor. Fiquei sem reação: tinha pegado o táxi na Nove de Julho, o trânsito estava ruim, levamos meia hora para percorrer a Faria Lima e chegar à rua dos Pinheiros, tudo no mais asséptico silêncio, aí, então, ele me encara pelo espelhinho e, como se fosse a continuação de uma longa conversa, solta essa: "Hoje a gente ia fazer 25 anos de casado". Meu espanto, contudo, não durou muito, pois ele logo emendou: "Nunca vou esquecer: 1º de junho de 1988. A gente se conheceu num barzinho, lá em Santos, e dali pra frente nunca ficou um dia sem se falar! Até que cinco anos atrás... Fazer o que, né? Se Deus quis assim...". Houve um breve silêncio, enquanto ultrapassávamos um caminhão de lixo e consegui encaixar um "Sinto muito". "Obrigado....

Me ajude a olhar

"Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovakloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul. Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando. Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza. E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai: - Me ajuda a olhar!”.  Livro dos abraços, Eduardo Galeano.