segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Depedência divina e nossa necessidade de controlar tudo



Você pode ler ao som de 17 dejaneiro – Os Arrais


Fui criada para ser independente. Nunca depender de ninguém, ser autossuficiente, capaz de resolver todo e qualquer perrengue. Por conta disso, reconhecer que preciso de ajuda sempre foi (e ainda é), bastante complicado. Há meses eu venho sofrendo dores terríveis, sem jamais conseguir pedir socorro. Perdi meu chão, tudo o que eu considerava concreto, simplesmente ruiu. Achava que em algum momento eu conseguiria me reerguer sem precisar admitir fragilidade, pedir ajuda. Fiz o caminho inverso de quem precisa de cura: ao invés de buscar socorro, segurava as minhas feridas com as mãos e escondia o que estava me matando com qualquer coisa que pudesse anestesiar o que estava sentindo.
.
Essa dor durou mais do que eu poderia imaginar. Aprendi que ela não vai embora até que você seja capaz de olhá-la de frente, até que entenda o que está causando a ferida. Não é qualquer olhar. É o olhar direcionado e acompanhado por Aquele que tem o manual da sua alma. Fui confrontada. A dor que me dilacerava era causada pela frustração, pela decepção, mas principalmente, por ver desmoronar o meu castelo de areia. A dor ainda é latente,viva, diária, mas desta vez, dói para não doer nunca mais.
.
Querer exercer o controle da minha vida, achar que eu sou autossuficiente, que sou capaz de me erguer sozinha, só fez com que as feridas aumentassem. O que não é tratado, te consome, domina e mata. Para que não fosse tarde demais, houve o confronto. Descobri que o caminho para a cura passaria por reconhecer o que causou tanto sofrimento. Ao olhar para mim, guiada pelo autor da minha vida, entendi que a dependência de Deus precisa ser genuína, não apenas da boca para fora. Essa dependência produz em mim a consciência dos meus erros e também das minhas necessidades. Necessidades estas que vão muito além do que eu julgava precisar. São necessidades reais, eternas, jamais saciadas por aquilo que o homem pode roubar ou tocar. Minha jornada para a cura teve início. Este é só o primeiro passo: reconhecer que preciso de ajuda e busca-la, no lugar certo. Voltei ao meu jardim secreto, estou tirando as folhas secas, as pedras, e cuidando do lugar onde encontro remédio para minha dor.
.
Tenho sido sustentada até aqui por pessoas que intercederam e sofreram com minhas lágrimas, mas estou certa, de que ainda irei florescer e celebrar com esses amigos, a primavera da minha vida.  

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Stalker





Você pode ler ao som de Human - RangBone Man
  
Começou com uma curiosidade mórbida – eu precisava saber quem você é, o que fazia de você alguém tão importante para ele e, por Deus, eu tinha que entender o que eu havia deixado de ser. Naquele primeiro momento, eu só te odiava. Apontava os seus defeitos com o rigor de um examinador da OAB. O tempo foi passando, a dor encontrou um lugar para se esconder em mim, e a minha curiosidade se tornando rara. Dia desses, mordida e ferida pela dor que resolveu novamente sangrar, vasculhei suas redes sociais. Desta vez, sem ódio. Sem buscar em você a mulher que eu nunca serei. Encontrei entre suas crenças, seus valores e até mesmo seus vícios, uma versão de quem eu sou. Afinidades. Cheguei a acreditar que, sob uma outra circunstância, talvez tivéssemos sido amigas. Eu já não consigo mais odiá-la. Não consigo olhar sua foto sorridente e xingá-la como eu fazia antes. Se você teve alguma culpa no passado, eu a perdoo. Nunca foi sua responsabilidade não me ferir. Nunca esteve em seu discurso, o compromisso de honrar uma promessa. A partir de hoje, me comprometo a jamais buscar o seu nome nas redes sociais. Não vou mais tentar encontrar em você, a justificativa para a minha mágoa e o meu sofrimento. Não lhe coloco no lugar de algoz, mas me liberto do grilhão que me prendia a você com comparações cruéis. A partir de hoje, eu me libero da busca vazia em entender a mulher que você é, para enxergar a mulher que eu sou. O extraordinário desta mudança está em entender que a busca por respostas nunca cessará, mas não serão encontradas em outra pessoa, apenas em mim.

Sobre influência e relevância

Ao som de King of my heart , Bethel Music. Quando me propus a trabalhar novamente com comunicação sabia que estava retornando para uma área ...