quinta-feira, 10 de novembro de 2016

O amor convém



Enquanto você dorme em meus braços, fico repassando os últimos dias. O pensamento vai longe, tentando me lembrar de quando nos apaixonamos antes mesmo de nos conhecermos de verdade. Quando nos beijamos, percebi que seria seu para todo o sempre. 
Conheço você de olhos fechados e não há nada que não ame ou não admire.  Amo cada centímetro seu: pintas, sardas, a curva do seu sorriso e a maciez das suas mãos; a forma como presta atenção em mim, como me faz rir e até sua irritação; seu cabelo solto, seu olhos brilhantes, sua maneira de "conversar" com cachorros. Amo quando me leva para algum lugar incomum, quando fala das coisas que acredita e o fato de ser tão apaixonada pela vida. Amo quando inventa motivos para ficarmos juntos, apesar da rotina; seu jeito de olhar a chuva e admirar a lua. 
Você, sempre tão forte, tão intensa, dorme calmamente em meus braços. Por favor, não levante ainda, quero te olhar um pouco mais. Pode deixar, protegerei seu sono, lutarei pelos seus sonhos, mas quero apenas agradecer ao Pai por ter me dado você, por ter sido o seu “sim”...


segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Recomeçar | Esperança



 
Talvez eu tenha muito a dizer, mas o medo me permite apenas observar a tempestade que se anuncia. Não há nada inédito ou extraordinário no que está acontecendo. São apenas pés errantes dançando, perdendo o equilíbrio entre músicas, sonhos e saudades.

 Ao som de Djavan, Se acontecer



Inês havia se acostumado ao peso das angústias e frustrações. Já não sorria mais com a alma, nem dançava quando sua canção favorita tocava. Perdeu a vontade de mostrar sua voz. Não havia mais melodia em sua fala. Estava esquecida entre o som do despertador e o boa noite do noticiário. Não escrevia cartas, nem cuidava de suas magnólias. Sua cor de fogo, que antes incendiava todos a sua volta, estava repleta de cinzas que traduziam a alma de Inês. Ela, que sempre fora uma mulher tão repleta de sons, sorrisos e amor, havia se tornado alguém habitado por saudades e incertezas. Quando Henrique chegou ela não sorriu. Não mergulhou no verde de seus olhos buscando novamente ter esperança. O doce sabor de seus lábios não quis provar, nem mesmo aceitou o toque de seus dedos em seus cabelos. Fugiu daquilo que se escondia atrás de cada sorriso dele. O que havia por atrás de cada ligação, abraço ou comentário sobre Djavan era o que lhe apavorava. Inês já havia pertencido a alguém que não soube ser dela, já conhecia os caminhos até a paixão.  Henrique descobriu no olhar de Inês que o amor nem sempre chega na hora certa para os dois. A dor que ela sentia não o afastava, mas fazia buscar ser cura, ser tempo, afago que o coração dela tanto precisava...




Vida breve



        Ao som de Like Im Gonna Lose You, Megan Trainor ft Jonh Legend

Domingos Montagner morreu no auge de sua carreira, foi o que disseram. Excelente artista circense, morreu com 54 anos, li em algum lugar. Muito foi dito sobre o artista, sobre os projetos para o cinema, tevê e tudo mais que o ligasse as artes. Ninguém falou sobre os planos que ele fazia em família. Sobre os sonhos que tinha quando a câmera estava desligada, quando o currículo não o definia. Ninguém falou sobre o que fazia o filho mais velho sorrir, qual a primeira palavra que o mais novo dizia quando ele chegava em casa.
A gente ouve tanto sobre o que ter, como ser, quem agradar, mas em qual momento essas coisas passam a ser o Norte que devemos perseguir? Somos mais que o número de CPF, somos as histórias que nos fazem rir e as lágrimas que rolam vez ou outra. Somos as risadas à mesa e os hiatos não vividos.
‘A vida é um sopro, e daqui a pouco já se foi. Não há tempo a perder. Não há outro caminho a ser trilhado. Não haverá outro dia para dizer que ama, que é importante ter a amizade daquela pessoa. Não terá outra oportunidade para pedir perdão ou dizer que sente muito.’
A vida segue cada dia mais breve...


quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Setembro e sentimentalidades





Ao som de Dias melhores

É em setembro que nos damos conta de que o ano está próximo do fim; é quando percebemos que não tivemos um inverno decente no Rio de Janeiro e novamente a primavera chega com seu calor implacável, anunciando que o verão será causticante. A minha relação com setembro nunca foi simples. É neste intervalo de dias que a dores que nunca sucumbem, costumam se mostrar mais, assim como as saudades jamais curadas. Foi num setembro que vi o céu se pintar de laranja e o sol se despedir com espetáculos únicos, dia após dia. Trinta noites de Vivaldi, janelas abertas e sentimentalidades. Foi em setembro minha maior queda de P.A e também quando enfim aceitei que todos nós ficamos velhos e desistimos de nós, dos outros, dos sonhos.... Este setembro não tem sido diferente de tantos outros e já mostrou suas garras, provocando dores jamais imaginadas. Mas sabe, eu não vou desistir de ver a beleza dos Ipês ou buscar a tranquilidade do que é ordinário, só porque setembro mostrou, mais uma vez, o quanto a vida bate pesado.  Ainda que essa mesma vida me faça aprender na marra, eu não vou me entregar. Outros setembros virão e eu não deposito sobre eles qualquer expectativa. Serão apenas trinta dias entre agosto e outubro.

Sobre influência e relevância

Ao som de King of my heart , Bethel Music. Quando me propus a trabalhar novamente com comunicação sabia que estava retornando para uma área ...